Vol. 1 Capitulo 4
leia antes os capitulos iniciais. se gostar deixe um comentario. obrigado.
CAPITULO IV
Daniel entrou receoso no planador.
Sabia como utiliza-lo.
O que não sabia era o tamanho da
bronca que receberia em casa.
O planador não saiu voando
diretamente mas foi levado através de esteiras ate uma comporta submarina...
Saiu das comportas e estas se
fecharam, navegou ate a superfície e saiu voando em sentido oposto a direção de
sua cidade. Fez um contorno, e a grande altura, dirigiu-se finalmente para
casa. Escolheu uma mata pouco frequentada e desceu ali. Esperava que ninguém o
tivesse visto e teve sorte. Saiu de dentro da mata e foi em direção á cidade
que era perto. Ainda preferia ter ido ate a vila, mas agora já era tarde... foi
para casa andando.
¾
Agora é que o bicho vai pegar. Mamãe e papai vão
tirar meu coro.
No caminho se
encontrou com Deca e este lhe disse o quanto seu pai estava preocupado.
¾
... e então, por que demorou tanto a voltar?
¾
Olha Deca, eu sofri um acidente, mas não quero
que meus pais fiquem sabendo. Mas agora tenho de reconhecer que você tinha toda
a razão.
¾
Como?
¾
Na historia da montanha estar muito perigosa. Eu
deveria ter lhe dado ouvidos.
¾
Agora já passou. Va para casa que seus pais
estão te esperando. Quer dizer, sua mãe esta, seu pai deve estar no trabalho
ainda.
¾
É, conto com isto. Enfrentar um de cada vez é
mais fácil.
¾
Nem queria estar em tua pele.
¾
Ate mais...
E Daniel foi
para casa.
A surpresa da
mãe de Daniel foi grande. Lançou-se sobre o filho e lhe beijou.
Daniel esperava
uma bronca mas Dona Sandra nem se lembrou disto. Mas começou com o
interrogatório.
¾
Por que houve esta demora. Isto nunca aconteceu
antes.
¾
Boa tarde mamãe. Sabe, é que eu estava numa área
de difícil acesso. Se descesse antes do amanhecer poderia ter algum acidente. E
preferi ficar ate amanhecer o dia antes de iniciar a descida... não mãe. Não é
nada disto. Sempre te respeitei e nunca precisei mentir. Não foi nada disto.
¾
Então?
¾
Eu tinha subido ate muito alto, e realmente já
estava para começar a descida pelo outro lado da montanha. Já tinha passado
pela Cara de Gato...
¾
Você não sabe que esta muito perigoso ali
menino...
¾
Sei sim mamãe mas valia a pena... mamãe,
aconteceu algo incrível.
¾
Fale...
¾
Só falarei se prometer manter segredo comigo,
falarei com papai depois do jeito certo.
¾
Fale logo, estou ate ficando preocupada...
¾
Mamãe... eu... é, ... mãe eu sofri um acidente
na montanha...
¾
Meu filho, que houve? Quebrou algo, você esta
ferido? Foi no medico? Fale...
¾
Não. O que houve é bem diferente...
Daniel se põe a
contar a historia de todo o ocorrido. E como éra de se esperar Dona Sandra não
acredita. Ela acha que na queda ele bateu com a cabeça e por isso sonhou tudo o
que esta descrevendo.
Mas não desmente
Daniel. Só que em sua mente pretende levar Daniel ao hospital para ver se não
teve nenhuma sequela da queda.
Daniel termina a
narrativa e novamente pede segredo a sua mãe. Mostra-lhe a pulseira e lhe diz
como funciona. Sua mãe já havia notado a pulseira, mas pensava ter este
comprado na vila da montanha.
Daniel aciona o
transreceptor e ouve a voz mecânica do Celebro Eletrônico.
Dona Sandra
quase tem um desmaio. Mas se controla. É informação demais para uma senhora
dona de casa.
O Mestre,
pergunta a Daniel se este esta com algum problema e se esta precisando de
auxilio.
¾
Não. Não chamei por este motivo. Somente queria
te informar que cheguei em casa são e salvo. Que esta tudo em ordem.
¾
Chame quando se fizer necessário. Quando
precisar de nós estaremos a tua disposição. E lembre-se de que terá de terminar
teu treinamento ainda. Ainda há muita coisa a aprender.
¾
Ate logo então. Desligo e sábado estarei ai.
Dona Sandra
ouviu tudo em silencio. Quando a palestra terminou ela disse a Daniel.
¾
De maneira nenhuma você vai voltar a este lugar.
É muito perigoso. E se quiserem te raptar para te estudar...
¾
Não, mamãe. Isto não vai acontecer. Se quisessem
me fazer mal teriam me segurado enquanto eu estava dormindo em seus
alojamentos.
¾
Não sei não. Estou confusa e com medo...
¾
Não tem de que se preocupar. Vão me ensinar como
ajudar o nosso povo. A raça humana vai tirar muito proveito deste acontecimento
nunca antes visto. Uma tecnologia superior a nossa disposição...
¾
Sem querer nada em troca. Impossível.
¾
É que eles não tem mais nada para fazer. Seus
construtores já morreram. Essas maquinas estavam desligadas a milhares de anos
antes de eu chegar lá.
¾
Vamos ouvir a opinião de teu pai. Não fale isto
para ninguém. Senão vai ocorrer uma em duas coisas. Ou vão querer te internar
num hospício. Ou vai haver um desespero coletivo. Com medo dos alienígenas e
ate o governo vai intervir, tua vida, ou melhor a nossa, vai virar um inferno.
Vamos ter de fugir e viver cassados.
¾
Será mamãe? Seria tão bom para a raça humana o
domínio desta tecnologia.
¾
Mas todo o mundo vai querer este tecnologia para
si. E as que não tiverem vão se sentir ameaçadas. E vão declarar guerra as
outras, ou tentar te prender para obter a técnica a força.
¾
Não, Dionisio já me avisou que a força ninguém
pode tirar nada deles. Eles se auto- destruiriam e ate podem destruir nosso
planeta também.
¾
Mais um motivo para o silencio. Falaremos com
papai, quando ele chegar. É melhor você ter uma coisa mais convincente que uma
pulseirinha se quiser convence-lo.
¾
Tenho na minha mochila. Depois te mostro. Tô
morrendo de fome...
¾
O filhinho, vem comer então, eu estava tão
aflita...
¾
Papai ta brabo?
¾
Esta sim. Mas ate ele chegar vai estar mais
calmo. Descanse, e coma. Va tomar um banho primeiro.
¾
Esta bem.
Daniel foi para
o banho e Dona Sandra ficou a sós, meditando e digerindo as terríveis
informações. Não sabia o que pensar. Será que Daniel havia batido a cabeça e
sonhado tudo isto? Mas e aquela misteriosa pulseira? Com quem ele estava
falando? Esperaria pela interpretação e opinião do esposo.
Seu Luis Brito,
o pai de Daniel B. chegou e o filho estava jantando.
Ficou feliz de
ver o filho são e salvo. Estava acostumado a ver Daniel sumir nos fins de
semana. Mas nunca num dia de semana. Mas fez-se de durão.
¾
Muito bem mocinho, que foi isto de sumir deste
jeito?
¾
Boa noite papai. Já expliquei tudo a mamãe. Mas
eu lhe repetirei tudo de novo. Mas antes tome seu banho e jante. O assunto
requer tempo.
¾
Sim, querido, é melhor tomar mesmo seu banho e
jantar, tem uma longa historia para ouvir.
¾
Eu, hein, já estou ate com medo destes
olhares... mas vou seguir teu conselho.
¾
Mas cade meu beijo?
¾
Desculpe-me. Me distrai com a presença do fujão.
Saiu da sala
para tomar seu banho. E dentro de meia hora estava e volta na mesa.
¾
Mas pelo menos me adiante se você esta bem, não
houve nada de grave contigo?
¾
Termine seu jantar, papai, só vou dizer que
estou bem, sim. Na verdade melhor, nunca estive.
¾
Por acaso não conheceu nenhuma menininha por lá e
se entusiasmou demais e perdeu a noção de tempo. Foi?
¾
Não. Não foi nada disto.
¾
Quanto mistério.
¾
Nem de longe imagina quanto.
Seu Luis B. jantou
imaginando milhares de coisas diferentes. Mas nenhuma delas chegava nem perto
da realidade dos acontecimentos.
Findo o jantar
se retiraram para a sala de estar onde poderiam conversar com maior
tranquilidade.
¾
Sou todo ouvidos. Ou me contam logo ou vão ter
de ir ao meu funeral. Estou para ter um treco de ansioso.
¾
Que exagerado.
Disse a esposa
sorrindo. E Daniel pegou em seguida a deixa e pôs-se a narrar os acontecimentos
desde a saída de casa. E de como Deca estava certo ao afirmar que a montanha
estava perigosa. Discorreu sobre a subida, a Cara de Gato. E por fim pôs-se a
narrar a queda, os corredores, o elevador e o encontro com as criações
alienígenas. Seu pai ouvia a tudo calado e de vez em quando olhava para a
esposa. Daniel expos a proposta do Celebro Central, chamado de Mestre. E do
acordo firmado.
O pai de Daniel
ao fim da narrativa se levanta e vai pegar um copo de agua.
¾
Filho. Tem certeza de que não bateu a cabeça e
delirou tudo isto?
¾
Tenho, papai. Vou acionar o Celebro depois para
que o senhor mesmo possa comprovar.
¾
Depois a gente vê isto. Mas concorda que é incrível
demais para nossa realidade?
¾
Concordo papai. Mas já tive esta conversa com
mamãe.
¾
Ele tem razão, Seu Luis. Eu também estive cheia
de duvidas. Mas essa pulseira nunca esteve aqui antes. E ela fala.
¾
Como assim. Ela fala?
¾
É um transceptor. Com ela posso entrar em
contato com o Celebro.
¾
Vamos supor que eu creio em tudo isto, Daniel.
Vamos supor que tudo é verdade. Que benefícios essa tecnologia alienígena pode
nos trazer? Porque problemas vai trazer bastante.
¾
Bem. Eles tem robôs técnicos. Tem robôs de
combate. E muita informação para nos transmitir.
¾
E querem nos dar tudo isto em troca de nada?
¾
Não é isso. Seus construtores já morreram a
milhares de anos. Eles estavam em off ate que eu os encontrei por acaso. E se
interessaram em nos ajudar desde que sejam tratados com respeito. Não vão fazer
nada a força.
¾
Entendi, e só você pode entrar em contato com
eles?
¾
Sim. Por enquanto.
¾
Vamos continuar supondo que estou acreditando em
tudo. Esse seu treinamento envolve o que mais?
¾
Ainda não sei ao certo a complexidade do
negocio. Vai se estender por algum tempo porque nosso celebro ainda é muito
primitivo. O excesso de informação de uma só vez poderia me trazer problemas.
¾
E só você vai fazer esse treinamento?
¾
No inicio sim.
¾
Querem primeiro mostrar sua utilidade a
sociedade, através de mim, quando chegar a hora.
¾
Chegar a hora? Como assim?
¾
Quando meu treinamento chegar ao fim e eu dominar
toda a técnica deles, terei uma participação mais ativa no que vamos poder
fazer juntos.
¾
Que seria, mais ou menos..?
¾
Por exemplo. Um desabamento em uma cidade. Eu
poderia mandar um contingente de robôs para localizar sobreviventes.
Transportes para levar os feridos mais rapidamente e em segurança que qualquer
outro meio de transporte já conhecido. Um incêndio numa floresta. Teríamos
tecnologia a disposição para controla-lo rapidamente sem expor vidas humanas.
Muitas outras coisas também.
¾
Caramba. Fico ate arrepiado só de pensar nestas
coisas. Ate agora eu ouvi com paciência. Vamos ver duas coisas. Entre em
contato com o computador tenho que ver isto...
¾
Esta bem.
Daniél B. aciona
o transceptor e o Mestre responde imediatamente.
¾
Sim, Daniel. Posso lhe ser útil em algo?
¾
Pode sim. Falei sobre nosso encontro com meus
pais e ele queria ter certeza de que eu não estive delirando por causa de
alguma pancada na cabeça. Ele esta te ouvindo agora.
¾
Eu sou o Computador Central, me chamam de
Mestre. Pois além de um Celebro Eletrônico trago em minhas entranhas todo o
conhecimento de todas as pessoas que se cristalizaram em nossa base. Trago o
conhecimento de milhares de gerações e ate mesmo o conhecimento da tecnologia
do sistema originário de meus criadores. A antimatéria, o controle da
gravidade, e muitas coisas que ainda são mistérios para vocês. São corriqueiras
para mim. Mas minha disposição de ajudar esta vinculada a minha liberdade de
escolha. Nada pode me forçar a nada. E meus conhecimentos só serão liberados
para o progresso de sua civilização.
¾
Meu nome é Seu Luis Brito. Sou pai do Daniel. Será
que eu poderia te conhecer e sua base?
¾
Sim. Mas somente a família de Daniel poderá ter
a informação de minha existência no inicio. Tudo deverá se desenrolar dentro de
propósitos bem definidos. Para evitar o pânico ou a ganancia generalizada, pois
todos os governos do planeta desejarão ter controle sobre mim. E isto não será
permitido a nenhum deles. Sou autônomo e independente.
¾
Concordo plenamente.
¾
No momento em que desejar estarei lhes
aguardando.
¾
Agradeço a confiança. Manteremos segredo.
¾
Combinarei com Daniel e veremos a possibilidade
de sua visita.
¾
Obrigado.
Daniel também
agradece a compreensão do Celebro e desliga.
Ficam um momento
em silencio e Seu Luis quebra o silencio.
¾
Filho me desculpe se duvidei, mas é tudo tão
louco, nem sei o que dizer...
¾
Não se preocupe. Eu custei a acreditar também.
Pensava que estava sonhando e que de repente acordaria dentro da caverna todo
ferido...
¾
E agora? Pergunta dona Sandra.
¾
O mais importante. Silencio absoluto.
¾
Concordamos nisto também.
Concorda Daniel
e seu pai prossegue.
¾
Daniel, será que amanhã a noite. Quando eu
voltar do trabalho nós poderíamos ir ate a base. Se eu não vir isto tudo com
meus próprios olhos, acho que vou enlouquecer.
¾
Amanhã tenho de ir ao colégio. Durante o dia
marcarei com o Celebro uma visita. Mamãe também vai?
¾
Não. Não quero ir. Tenho medo destas coisas.
¾
Não é necessário temer, mamãe. A base é segura.
¾
Deixe ela Daniel. Por enquanto até é melhor
assim. Iremos nós dois.
¾
Combinado, vamos de carro ate a margem da mata
aqui perto. Do outro lado tem uma clareira que o planador pode descer lá.
¾
Certo.
¾
Va dormir agora, senão amanhã não vai para a
escola.
¾
Já estou indo. Sua benção.
¾
Que Deus te abençoe.
Daniel vai para
seu quarto e deixa o casal atordoado. Com certeza esta será uma noite em claro
para os três.
Dona Sandra
interroga o marido;
¾
E agora?
¾
Não sei. Vamos dar tempo ao tempo. Amanhã te
digo o que eu encontrar na base alienígena. Essa palavra me assusta.
¾
A mim da calafrios.
¾
Tinha que ser com Daniel?
¾
Antes com ele do que com alguém sem princípios,
honra e dignidade para lidar com essa situação. E nós estaremos aqui para
orienta-lo e ajuda-lo em tudo.
¾
Certo, e segredo absoluto. Nem com parentes e
amigos.
¾
Com ninguém.
CAPITULO V
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