As Historias de Daniel B. - O Inicio de Tudo.

 O Inicio de Tudo.

 Volume 1. 




CAPITULO I

...que dor. Minha cabeça lateja de maneira que ... espere... estou vivo... se esta doendo algo é porque estou vivo, ... mas onde estou? ...

Nossa historia conta sobre Daniel Luis Brito.
Nascido de família classe media. Não era nenhum modelo de beleza. Não tinha físico avantajado, mas também não era muito magro ou fraco.
Daniel estava na media de muitos jovens, mas algo o diferenciava.
Daniel tinha muito amor pela vida. Era de ótimo coração. Um respeito por todos e principalmente pelos idosos e necessitados.
E ainda, o amor pela mãe e pelo pai era marcante.
Tinha um ótimo aproveitamento no colégio onde estudava. Estava para se formar. Suas notas traziam a resposta a dedicação aos estudos e o respeito aos professores...
Este era Daniel.
Daniel tinha um passatempo...
Nos fins de semana e feriados se mandava para uma montanha próxima da cidade onde habitava.
Era muito rochosa e de difícil acesso. Para escala-la tinha que ter habilidades ou se estar acostumado a ela. Era magnifica. Mas a vista dos primeiros degraus já era de extasiar. Esta montanha era evitada por causa de deslocamentos de pedras. As avalanches eram uma constante ali.
Mas Daniel não se importava. Sempre esforçava-se para ir um pouco além, e ele tinha um sonho.
Um dia alcançaria o topo sem equipamento especial. É claro que este era um sonho quase impossível, mas para quem não tinha nada melhor para fazer...
Amigos? Tinha sim, mas eram poucos. Namorada? Não...ainda não... mas sonhava com uma garota da vizinhança. Mirian, este era seu nome. Quem sabe um dia teria coragem para convida-la para sair e se ela aceitasse ele a convidaria a namorar. Quem sabe...
Estava aguardando a maioridade. E quando fosse de maior, dentro de longos dois anos, iria comprar o tão esperado e almejado carro.
Já tinha guardado algumas economias conseguidas como guia turístico ali na montanha. Por estar sempre por lá, era bem conhecido nas mediações.
Daniel tinha grandes sonhos.
Findo o ensino médio iria entrar, não iria tentar, não. Ele iria entrar na faculdade de Engenharia de Mecatrônica. Ao termina-la entraria na faculdade de engenharia da computação. Ele faria a diferença. Na vida, faria a diferença...
Faltava pouco tempo... em meses estaria se formando... no ensino médio.
Numa manhã de sábado Daniel acordou cedo e se preparava para se mandar para seu lugar favorito... a montanha. Tinha esperança de uma entre duas expectativas... encontrar algum turista interessado em subir a montanha e que o escolhesse para guia-lo...
Ou o melhor, alcançar um nível mais alto. Ele levaria uma jaqueta de couro grossa. Alguns moletons e tentaria chegar pela encosta lateral, algum local ainda desconhecido que na próxima vez que fosse guiar algum turista, teria algo diferente a oferecer, uma nova vista, ou alguma gruta ainda desconhecida. Tinha de encontrar algo novo.
Só não tinha planejado algo...
Seu pai.
Seu Luis B., precisaria de ajuda neste fim de semana. E quando Daniel estava para sair seu pai aparece e lhe avisa...
¾     Onde vai?
¾     Vou á montanha, desculpe-me, não pretendia acorda-los...
¾     Não por isso... ,mas terá de adiar seu passeio...tenho de fazer uns reparos na casa e precisarei de sua ajuda. Pode ser? Estou sem grana para pagar um ajudante...
¾     Puxa... eu pretendia servir de guia a algum turista e ganhar uns trocados. Mas se é necessário estou aqui. De que se trata?
¾     O telhado da varanda esta cedendo e não da para trocar a madeira sozinho.
¾     Só isso, bele... Vou ajudar sim.
¾     Sabia que podia contar contigo. Vou tomar o café da manhã e vamos começar...
E assim foi gasto o esperado sábado de nosso amigo. Quando terminaram já era tarde e não dava para ir a montanha... só restava descansar e ir no dia seguinte... sabia que os turistas não estariam lá mas a montanha, sim...
Tomou banho. Saiu e por acaso tromba com Mirian. Gaguejou um cumprimento e esta lhe responde com amizade.    
¾     Ola, pequena, tudo bem contigo? E o pessoal?
¾     Sim, tudo bem e com você? Não costuma passar os fins de semana na cidade, houve algo de errado? Alguém ta doente? Dona Sandra?...
¾     Não foi isto não. Tá tudo bem, sim. É que papai pediu uma mãozinha para consertar a varanda e terminamos muito tarde...
¾     A tá... bem, vou indo, até mais, aparece na minha festa de aniversario. Daqui a quinze dias.
¾     Não perco por nada...tchau...
¾     Ate mais então.
Quando Mirian se afastou ele estava suando. E nem tinha visto Deca de “bituca”...
¾     Ei cara, tá doente, rsrsrsr, que foi, tá suando frio...
¾     Não torra, Deca... vamos amanhã na montanha. Vou tentar alcançar alguns pontos de mais difícil acesso e descobrir alguma gruta ou coisa que o valha...
¾     Cara, não vou não... tá tendo muito deslocamento de pedras e esta perigoso neste período... não vou não.
¾     Deixa de ser mole e medroso... eu vou... aquele antigo desejo de estar perto da montanha é cada vez mais forte e ...
¾     Então dorme cedo porque vai precisar de muita energia amanhã. Desde que te conheço você tem essa obsessão por essa montanha. 
¾     É, mas vou dar um role mesmo assim por ai, vamos...
¾     Bora.
Foram e se encontraram com alguns colegas de escola e da turma também...
Passou a noite descontraído e se descuidou do horário. Quando voltou para casa já era de madrugada.
¾     Isto são horas mocinho...
Dona Sandra o estava esperando com caras de poucos amigos...
¾     Desculpe-me mamãe eu me descuidei do horário mas não bebemos nada, só conversamos.
¾     Vai jantar e dormir logo... sei que vai a montanha daqui a pouco. Que tolice...
¾     Desculpe. Vou comer sim... vou esquentar no micro ondas.
¾     Deixei um prato feito para você, esta na geladeira, esquenta , come e dorme logo...
¾     Obrigado. Sairei sem acorda-los.
¾     Sem chance... estarei de pé para fazer seu café da manhã.   
E assim foi. Comeu, dormiu e no dia seguinte estava eufórico para sair mas teve de tomar um café da manhã completo e fausto... despediu-se da mãe e saiu.     
¾     Só uma coisa... cuidado mocinho...
¾     Ate logo, mamãe... benção...
¾     Que Deus te abençoe..
Pegou um ônibus ate a região montanhosa. Chegou nas primeiras horas da manhã.
O sol já aparecia no horizonte. Uma visão de tirar o folego.
Algo lhe chamou a atenção... ninguém. Nem os conhecidos rostos de sempre. Por que as pessoas tinham tanto medo de algumas pedrinhas que rolavam do cume.
Bem, eu estou aqui e não vou voltar.
Pode se preparar montanha. Vou subir.
De onde o ônibus o deixou até os pés do monte ainda tinha uma boa caminhada.
Gastou quinze talvez vinte minutos até o pé da montanha. O terreno ia se tornando íngreme de acordo com a caminhada. Ate que sentiu as primeiras pedras encobrirem a antiga passagem. Contornou e seguiu avante. Mas em certa altura do caminho se desviou para a direita por uma trilha pouco usada.
Aquele chamado forte de estar perto desta montanha era irresistível.
¾     Este será um dia especial. Vou atingir a face direita da montanha. Irei ate onde eu aguentar sem me colocar em risco.
Dizia consigo mesmo para afugentar os fantasma interiores. Mas sabia que sempre estaria em risco se começasse a desmoronar pedras da montanha.
Este era um mistério da montanha. Afinal, o monte era quase pedra maciça. Não havia motivo para as pedras se soltarem no cume.
E a subida ia ganhando forma.
As dificuldades aumentavam a cada metro.
Passou fácil os primeiros cem metros de altura. Estava acostumado. Os duzentos já não eram tao fácil assim, mas os venceu... Encontrou um platô mais plano e parou um minuto para descansar as pernas e os braços. Ficou a contemplar o horizonte. Havia pouca coisa ainda para se ver.
Ainda teria de subir mais para encontrar algo que fosse interessante para mostrar aos turistas...
Foi subindo e atingiu um marco que de fora da montanha dava para reconhecer.      
¾     Estou na Cara de Gato. Mais um pouco e já vou conseguir ver os rios do outro lado da planície.
E assim foi, metro após metro. Saiu da Cara de Gato. Já não estava mais tão confiante. Mas não desistiu. Continuou ate a faixa de pedra. Dali andou tranquilo por algumas dezenas de metros e alcançou outro ponto de subida. Mas antes de se lançar nela, descansou mais um pouco, e comeu algo da mochila que trazia consigo.
Pôs-se a subir e as mãos começaram a ter caibras. Mais cinquenta metros e entrou em uma parte da montanha que não podia ser vista de fora desta por ser totalmente escondida numa dobra do caminho.
Ali algo começou a chamar sua atenção. Mas ainda não sabia bem o que era. Continuou. Nunca teve medo de subir a montanha mas desta vez estava num lugar em que ninguém costumava ir. Ali sempre rolavam pedras soltas.
Mas continuou. Pretendia voltar pela outra trilha. Mas só depois que encontrasse algo de interessante para contar aos turistas.
Sentiu as pedras rolarem mas continuou. Já devia estar a mais de quinhentos metros de altura. Era a primeira vez que chegava tão alto. E naquela face desconhecida. Mais uma curva. E os pés... escorregaram...
Caiu para a frente. Apoiou-se mas não conseguiu se firmar. Rolou caiu numa fenda que não havia percebido ainda. Caiu e escorregou. Sabia que iria morrer ali e agora,...
Desmaiou na queda. E nem viu as pedras que caíram com ele. Afinal iria morrer mesmo...     
Mas não morreu...









CAPITULO II

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